O que era apenas para passar o tempo e se divertir, hoje em dia é um dos mercados mais fortes no Brasil e no mundo.
Os e-sports, ou esportes eletrônicos, têm uma história fascinante que remete às décadas de 1970 e 1980. O que começou como pequenos torneios locais de videogames, evoluiu para uma indústria global multibilionária, com competições profissionais, equipes renomadas e uma base de fãs apaixonados. Alguns torneios geram prêmios em dinheiro com valores extraordinários.
Embora não haja um consenso sobre o primeiro evento de e-sports da história, alguns marcos ajudam a traçar a evolução desse fenômeno. Na década de 1970, jogos como Spacewar! e Atari’s Space Invaders ganharam popularidade e despertaram o interesse competitivo entre os jogadores. Pequenos campeonatos amadores começaram a ser organizados, principalmente em universidades e salas de arcade.
Nos anos 80, com o surgimento dos computadores pessoais e consoles de videogame mais avançados, como o Nintendo Entertainment System (NES), os e-sports começaram a se desenvolver ainda mais. Jogos icônicos como Pac-Man, Street Fighter II e Super Mario Bros. se tornaram sucesso de público e despertaram a competitividade entre os jogadores.
No entanto, foi na década de 1990 que os e-sports deram um salto significativo. O advento da internet permitiu que os jogadores se conectassem e competissem remotamente, abrindo caminho para uma nova era de competições online. Jogos como Quake e StarCraft ganharam destaque, com comunidades online dedicadas e torneios profissionais emergentes.
No início dos anos 2000, a popularidade dos e-sports continuou a crescer, com o surgimento de novas competições e organizações dedicadas ao setor. A Major League Gaming (MLG) foi fundada nos Estados Unidos, enquanto outros países, como China e Alemanha, também começaram a abraçar os e-sports.
A ascensão dos jogos MOBA (Multiplayer Online Battle Arena), como Dota e League of Legends, na década de 2010, trouxe um novo nível de exposição para os e-sports. Esses jogos complexos, com partidas estratégicas e equipes profissionais, atraíram investimentos significativos e alcançaram audiências massivas em todo o mundo.
O torneio do jogo Dota 2 (jogo multiplayer online onde o usuário se junta a outros companheiros de equipe e os personagens vão “upando” durante a partida para ficarem fortes o suficiente para derrotarem a base inimiga), o The International 10, em 2021, gerou em torno de US$ 40 milhões (cerca de 213 milhões de reais), e quem levou essa “bolada” pra casa foi a equipe russa Team Spirit.
Em 2019, na Copa do Mundo Individual de Fortnite (jogo eletrônico multijogador online, no qual 100 players entram em uma ilha e o último que sobreviver ganha a partida), que foi realizada em Nova York, também teve um alto valor de premiações, cerca de US$ 15,3 milhões (cerca de 80 milhões de reais). No torneio individual, Kyle “Bugha” (jogador profissional de e-sports americano) como é conhecido no mundo do jogo, com 16 anos na época, venceu outros 99 jogadores e levou a taça de US $3 milhões (cerca de 11 milhões de reais).
Além disso, os e-sports conquistaram espaço na mídia tradicional, com transmissões televisivas e parcerias com grandes empresas patrocinadoras. Organizações de e-sports estabelecidas, como a Electronic Sports League (ESL) e a Overwatch League, trabalham para estruturar e regulamentar as competições, fornecendo um ambiente profissional para jogadores e equipes.
Os e-sports estão em constante evolução e crescimento, abrindo novas oportunidades para jogadores, espectadores e empresas. Com o advento da realidade virtual, inteligência artificial e 5G, o futuro dos e-sports parece promissor, com a possibilidade de experiências de jogo ainda mais imersivas e competições ainda mais acirradas.
