Por Laura Machado
A minissérie “Senna” da Netflix, criada por Vicente Amorim e dirigida também por ele, juntamente com Julia Rezende, está ganhando espaço na mídia pela história que conta, e pelas histórias que deixou de contar.
O roteiro desenvolvido nos apresenta Ayrton Senna (Gabriel Leone) através de três perspectivas:
- A da imprensa, representada pela personagem fictícia Laura Harrison (Kaya Scodelario);
- A dos brasileiros, representados por vários personagens fictícios como Marcelo (Lu Neto) e seu pai (Felipe Oládélè), entre outros que expressavam como a nação acompanhava o Senna;
- A da família Senna, representada por Vivianne (irmã de Ayrton, interpretada por Camila Márdila), pela mãe Neide ‘Zaza’ Senna (Susana Ribeiro) e pelo pai Milton da Silva (Marco Ricca).
A junção desses 3 pontos de vista gerou uma entrega emocionante para o espectador, reafirmando Senna como um dos grandes herois da nação. A montagem das corridas, das vitórias, e até mesmo da morte de Senna, foram uma viagem no tempo, fazendo com que quem não acompanhou esses momentos, seja porque não se interessava anteriormente ou porque não tinha nascido ainda, vivesse pela primeira vez tempos históricos.
O Senna de Leone é mais expressivo e tem a sensibilidade menos subjetiva do que a do Ayrton que conhecemos, porém, percebe-se que o ator entendeu a grandeza e a complexidade do personagem, surpreendendo com a familiaridade na fala. A entrega de Gabriel Leone no papel certamente serviu para acrescentar à dramaticidade da produção, porém as expressões de Senna, seu sarcasmo discreto e sua humanidade escancarada sempre serão um desafio na interpretação.
Quais foram os efeitos da série “Senna”?
A repercussão da série está fazendo com que jovens que não viram o Senna correr – ou que nunca acompanharam o automobilismo – despertem curiosidade sobre sua história e queiram ir atrás de informações não exploradas nos episódios.
Estamos vendo a série marcando presença nos edits, estilo de vídeo que compila cenas de personagens, formato popular entre a geração Z.
Alguns dos edits mais famosos são um da Xuxa, interpretada por Pamela Tomé, e um da relação entre Senna e Alain Prost, interpretado por Matt Mela.
A série já recebeu sua primeira indicação em uma premiação internacional, sendo indicada à Melhor Série em Língua Estrangeira no Critics Choice Awards.
Xuxa vs. Galisteu: a discussão que parou a internet
Assim que a série foi lançada, uma grande discussão tomou conta da internet: quem Ayrton Senna amou mais? Xuxa ou Adriane Galisteu?
Isso aconteceu porque o público não enxergou com bons olhos o pouco tempo de tela de Galisteu em comparação ao de Xuxa. Como sempre houveram especulações sobre Adriane e sua relação amarga com a família Senna, internautas encontraram a oportunidade perfeita para criticar a família por ter manipulado a série e as relações do piloto. Isso ainda aumenta com a revelação de um amigo íntimo de Senna, Luiz Andreoli, de que a família de Ayrton teria preparado um dossiê expondo Adriane Galisteu para que o relacionamento chegasse ao fim. A apresentadora da Record usou suas redes sociais para manifestar que estava acostumada com a situação e que essa é “a vida como ela sempre foi”.
Por fim, com a chegada de Gabriel Bortoleto na Fórmula 1 em 2025, poderemos observar uma crescente nos brasileiros que acompanham o esporte e que sentem falta de se sentirem representados no grid. Ao mesmo tempo, teremos os espectadores de “Senna” que ficaram com um gostinho de quero mais após terem sentido essas emoções pela primeira vez.